quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

CAMINHO DA AUTOILUMINAÇÃO



O homem atinge um alto nível de evolução quando consegue unir o sentimento e o conhecimento, utilizando-os com sabedoria. Nesse estágio é-lhe mais fácil desenvolver a paranormalidade, realizando o autodescobrimento e canalizando as energias anímicas e mediúnicas para o serviço de consolidação do bem em si mesmo e na sociedade.
O seu amadurecimento psicológico permite-lhe compreender toda a magnitude das faculdades parapsíquicas, superando os impedimentos que habitualmente se lhe antepões à educação.
Desse modo, a mediunidade põe-no em contacto com o mundo espiritual de onde procede a vida e para a qual retorna, quando cessado o seu ciclo material, ensejando-lhe penetrar realidades que se demoram ignoradas, incursionando com destreza além das vibrações densas do corpo carnal.
O exercício das faculdades mediúnicas, no entanto, se reveste de critérios e cuidados, que somente quando levados em conta propiciam os resultados pelos quais se anelam.
A mediunidade é inerente a todos os indivíduos em graus de diferente intensidade. Como as demais, é uma faculdade amoral, manifestando- se em bons e maus, nobres e delinquentes, pobres e ricos.
Pode expressar-se com alta potencialidade de recursos em pessoas inescrupulosas, e quase passar despercebida em outras, portadoras de elevadas virtudes.
Surge em criaturas ignorantes, enquanto não é registada nas dotadas de cultura. É património da vida para crescimento do ser no rumo da sua destinação espiritual. O uso que se lhe dê, responderá por acontecimentos correspondentes no futuro do seu possuidor.
Uma correcta educação da mediunidade tem início no estudo das suas potencialidades: causas, aplicações e objectivos. Adquirida a consciência mediúnica, o exercício sistemático, sem pressa, contribui para o equilíbrio das suas manifestações.
Uma conduta saudável calcada nos princípios evangélicos atrai os Bons Espíritos, que passam a cooperar em favor do medianeiro e da tarefa que ele abraça, objectivando os melhores resultados possíveis do empreendimento.
O direcionamento das forças mediúnicas para fins elevados propicia qualificação superior, resultando em investimento de sabor eterno.
Se te sentes portador de mediunidade, encara-a com sincero equilíbrio e dispõe-te a aplicá-la bem.
O homem ditoso do futuro será um indivíduo PSI, um sensível e consciente instrumento dos Espíritos, ele próprio lúcido e responsável pelos acontecimentos da sua existência.
Desveste-te de quaisquer fantasias em torno dos fenômenos de que és objecto e encara-os com realismo, dispondo-te a sua plena utilização.
Amadurece reflexões em torno deles e resguarda-os das frivolidades, exibicionismos vãos, comercialização vil, recurso para a exaltação da personalidade ou das paixões inferiores.
Sê paciente com os resultados e perseverante nas realizações. Toda sementeira responde à medida que o tempo passa.
A educação da mediunidade requer tempo, experiência, ductibilidade do indivíduo, como sucede com as demais faculdades e tendências culturais, artísticas e mentais que exornam o homem.
Quem seja portador de cultura, de bondade e sinta a presença dos fenômenos paranormais, está a um passo da realização integral, a caminho próximo da auto-iluminação.
* * *
Divaldo Pereira Franco
Livro: Momentos de Iluminação
Espírito: Joanna de Ângelis

domingo, 20 de dezembro de 2009

Vencerás


Vencerás
Não desanimes.

Persiste mais um tanto.

Não cultives pessimismo.

Centraliza-te no bem a fazer.

Esquece as sugestões do medo destrutivo.

Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.

Avança ainda que seja por entre lágrimas.

Trabalha constantemente.

Edifica sempre.

Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.

Não te impressiones nas dificuldades.

Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.

Não desistas da paciência.

Não creias em realizações sem esforço.

Silêncio para a injúria

Olvido para o mal.

Perdão às ofensas.

Recorda que os agressores são doentes.

Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.

Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.

Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.

Não contes vantagens nem fracassos.

Não dramatizes provações ou problemas.

Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida intima.

Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.

Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.

Age auxiliando.

Serve sem apego.

E assim vencerás.

* * *

Emmanuel

(mensagem psicografada pelo médium Francisco Candido Xavier - do livro "Astronautas do além" - edição GEEM)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Esforço Pessoal



As grandes conquistas da Humanidade têm começo no esforço pessoal de cada um.Disciplinando-se e vencendo-se a si mesmo, o homem consegue agigantar-se, logrando resultados expressivos e valiosos.
Estas realizações, no entanto, têm início nele próprio.
*
E possível que não consigas descobrir novas terras, a fim de te tornares célebre. Todavia, poderás desvelar-te interiormente para o bem, fazendo-te elemento precioso no contexto social onde vives.
*
Certamente, não lograrás solucionar o problema da fome na Terra. Não obstante, poderás atender a algum esfaimado que defrontes, auxiliando a diminuir o problema geral.
*
Não terás como evitar os fenômenos sísmicos desastrosos que, periodicamente, abalam o planeta. Assim mesmo, dispões de recursos para que a onda de acidentes morais não dizime vidas preciosas ao teu lado.

De fato, não terás como impedir as enfermidades que ceifam as multidões que lhes tombam, inermes, ao contágio avassalador. Apesar disso, tens condições de oferecer as terapias preventivas do otimismo, da coragem e da esperança.
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Diante das ameaças de guerra, das lutas e do terrorismo existentes que matam e mutilam milhões de homens, te sentes sem recursos para fazê-los cessar, mudando-lhes o rumo para a paz. Entretanto, a tua conduta pacífica e os teus esforços de amor serão instrumentos para gerar alegria e tranqüilidade onde estejas e entre aqueles com os quais compartes as tuas horas.
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A violência urbana e a criminalidade reinantes não serão detidas ao preço dos teus mais sinceros desejos e tentativas honestas. Sem embargo, a tarefa de educação que desempenhes, modesta que seja, influenciará alguém em desalinho, evitando-lhe a queda no abismo da agressividade.
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As sucessivas ondas de alienação mental e suicídios, que aparvalham a sociedade, não cessarão de imediato sob a ação da tua vontade. Muito embora, a tua paciência e bondade, a tua palavra de fé e de luz, conseguirão apaziguar aquele que as receba. oferecendo-lhe reajuste e renovação.
Naturalmente, o teu empenho máximo não alterará o rumo das Leis de gravitação universal. Mas, se o desejares, contribuirás para o teu e o equilíbrio do teu próximo, em torno do Sol de Primeira Grandeza que é Jesus.
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Os problemas globais merecem respeito. Mas, os individuais, que se somam, produzindo volume, são factíveis de solução.
A inundação resulta da gota de água.
A avalanche se dá ante o deslocamento de pequenas partículas que se desarticulam.
A epidemia surge num vírus que venceu a imunização orgânica.
Desta forma, faze a tua parte, mínima que seja, e o mundo melhorar-se-á.
A sociedade, qual ocorre com o indivíduo. é o resultado de si mesma.
Reajustando-se o homem, melhora-se a comunidade.
E, partindo do teu empenho pessoal, para ser mais feliz, ampliando a área de bem-estar para outros, o mundo se fará mais ditoso e o mal baterá em retirada.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1988.

sábado, 21 de novembro de 2009

DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO




Rino Curti, no livro Desenvolvimento Mediúnico da Escola de Educação Mediunica, Tomo 2, Vol. 2, Curso Complementar - 2° Semestre Edições FEESP - 1ª edição - 1982.

1 - CRESCIMENTO ESPIRITUAL

O comportamento humano depende da fixação da mente nas zonas do subconsciente, consciente e superconsciente. E que o desenvolvimento harmônico do indivíduo se efetua quando, conhecendo-se a si próprio, avaliando a própria personalidade e as tendências, na zona do subconsciente, se fixa objetivos altos, pela elevação dos pensamentos, pelo estudo, a meditação, a reflexão, a oração, enfim pela fixação da mente no próprio superconsciente, e transforma em conquistas, pela ação, as metas colimadas, automatizando-as no comportamento.

A conquista assim se efetua: na intimidade elegemos os interesses que nos despertam a emotividade e que se transformam em desejos pelos quais se manifestam as nossas tendências (Rino Curti: Espiritismo e Evolução, Cap. 4). Pela vontade frenamos a impulsividade que elas despertam e, no interregno, damos margem … reflexão, que põe em jogo todas as faculdades de espírito: a intuição, a reflexão, a associação de idéias... com o que elaboramos as concepções sobre as quais assentamos a ação. A seguir, pela vontade agimos e provocamos efeitos, influências, em nosso derredor, que avaliamos.

Como no aprendizado para guiar um carro. Mentalizamos uma ação, a efetuamos e obtemos um resultado. Se não adequado, estimamos o erro e repetimos o processo; efetuamos nova ação, que sempre avaliamos, assim procedendo, até que o nosso proceder se torne o desejado, o que convém à nossa adaptação, às novas circunstâncias. Na figura damos a imagem de como o processo tende ao que se pretende.

Uma vez a meta alcançada, nosso ser automatiza o comportamento, Rino Curti: Espiritismo e Evolução, Cap. 4); está efetuada a conquista, e fica a mente liberada para a realização de outra.

E assim que, revelando as tendências, nos tornamos comerciantes, industriários, artesões, artistas, profissionais, cientistas, filósofos, sacerdotes etc... Acrisolando nossas faculdades no esforço, na disciplina, no aprendizado, na adaptação prolongada até alcançarmos o que nos propomos, é que crescemos, progredimos espiritualmente.
2 - PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO MEDIÚNICO

É notório que a preocupação constante com o sexo, a bebida ingerida com freqüência, o excesso de alimentação, de comodidades, enfraquecem-nos para o trabalho, para as atividades físicas e mentais. Um almoço lauto, regado a bebidas alcoólicas, num dia de trabalho quase nos inutiliza para a tarde. A bebida diária embota a mente. Os prazeres continuados aniquilam as energias, produzindo cansaço e fastio, qualquer que seja nosso mister, nossa profissão. Um cirurgião fica com as mãos a tremer um compositor rompe a ligação com a musa, o estudioso é vencido pela sonolência.

O médium não é diferente dos outros. Ele possui uma sensibilidade mais aguçada em determinado campo de percepções, que não são obtidas através dos sentidos.

Para que possamos entender melhor o assunto, estudemos o que conta André Luiz em (Missionário da Luz, Cap 1 e 2). Ele narra de uma reunião mediúnica em que o número maior de pessoas presentes era constituído de desencarnados: muitos sofredores.

O trabalho era disciplinado e a entrada controlada.

Os desencarnados permaneciam em "concentração do pensamento, elevado a objetivos altos e puros". Isto é, a mente fixada ou atuando no superconsciente.

“Cada qual emitia raios luminosos... (que) estabeleciam uma corrente de força ... (corrente esta) que despejava elementos vitais . . . benéficos para os infelizes...”

Havia "...seis comunicantes prováveis... mas apenas um médium em condições de atender... (este) somente receberá o que se relaciona com o interesse coletivo...”.

"...Nos serviços mediúnicos preponderam os fatores morais o médium necessita clareza e serenidade, como o espelho cristalino de um lago... as ondas de inquietude perturbariam a projeção de nossa espiritualidade sobre a materialidade terrena.”

O médium não é um simples aparelho. Tem livre-arbítrio. Para o intercâmbio deve entregar-se voluntariamente, com o espírito de renúncia “...abnegação e humildade...”.

“...calar para que outros falem; dar de si próprio, para que outros recebam..." sem o que "...não poderia atender aos propósitos edificantes." Assim como o artista que, para tocar, deve dobrar o próprio físico de modo a poder conduzi-lo para esse fim.

Certamente que "...é responsável pela manutenção dos recursos interiores: a tolerância, a humildade, a disposição fraterna, a paciência, o amor cristão...”, assim como o jogador de xadrez precisa manter a concentração, a habilidade de arquitetar jogadas, a persistência, a paciência. Apenas, no relacionamento com o plano espiritual, o médium recebe cooperação mais intensa dos espíritos, para sustentar-se.

O caso em questão era a psicografia. “A transmissão da mensagem não será simplesmente tomar a mão. Há processos intrincados, complexos.”

Examinando o corpo do intermediário verificou principalmente a iluminação das glândulas, do sistema nervoso pelo qual circulavam "...energias recônditas e imponderáveis..." e "...a epífise emitia raios azulados e intensos."

Da mesma maneira que para transmitir mensagem pelo rádio demanda toda uma organização e trabalhos especializados, analogamente - “Transmitir mensagens de uma esfera para outra, no serviço de edificação humana... demanda esforço, boa vontade, cooperação e propósito consistente... o serviço não é automático...”

Primeiro, o intermediário: necessita de preparação espiritual incessante. Segundo, a atividade do plano espiritual, cuja "cooperação magnética é fundamental."

No intermediário, o papel da epífise: "através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares..." à esfera extrafísica.

“...na epífise ...reside o sentido novo dos homens... (que) ...na grande maioria... dorme embrionário."

No plano espiritual as providências antecipadas: “...antes da reunião, o servidor ‚ objeto de... atenção... para que os pensamentos grosseiros não lhe pesem no íntimo."

No caso, o servidor foi ambientado, assistido, fortalecido no sistema nervoso para o não comprometimento da saúde, com providências para atender o dispêndio de reservas nervosas.

Após a preparação, uma entidade foi autorizada a comunicar-se, com a recomendação de evitar particularismos pessoais. Postando-se ao lado do médium as irradiações mentais de ambos se entrelaçaram. O orientador, atuando sobre os lobos frontais do médium ultimou a condição adequada e a psicografia pôde iniciar.
3 - A EPÍFISE OU GLÂNDULA PINEAL

Enquanto isso, André Luiz passou a observar melhor o médium, cuja epífise começou a apresentar luz crescente.

"A glândula minúscula transformara-se em núcleo radiante... Sobre o núcleo... caiam luzes suaves, de mais Alto, reconhecendo eu que ali se encontravam em jogo vibrações delicadíssimas."

Surpreendera-se André Luiz porque, como médico na Terra, a epífise deveria ter atribuições circunscritas ao controle sexual, no período infantil. Após isto, seria sucedida pelas glândulas genitais.

Aliás, só há pouco tempo sabe-se da importância do cérebro; e o que dele se conhece, hoje (Rino Curti no livro Dor e Destino, Cap. III), ainda é muito pouco.

Pela literatura cientifica reconhece-se que a glândula pineal, corpo pineal ou epífise é "um órgão cônico... de 8 por 5 mm... localiza-se... acima do teto do diencéfalo...”.

“...Apesar da grande quantidade de literatura... seu papel como órgão endócrino‚ ainda controvertido... agiria sobre algumas funções hormonais...

Estudos mais recentes... sugerem que a pineal não é uma glândula no sentido tradicional, mas... converte um impulso neural em descarga hormonal." (Junqueira e Carneiro: Histologia Básica, Cap. 20).

Um estudo situando o conhecimento atual sobre a pineal foi apresentado, em (Marlene R. S. Nobre: Folha Espírita, Julho de 1981),

Alexandre, (André Luiz: Missionários da Luz, Cap. 20), esclarece a André Luiz que a epífise "... é a glândula da vida mental... acorda na puberdade as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre."

Apenas, ainda não é bem conhecida nos meios terrenos.

“...no período do desenvolvimento infantil... parece constituir o freio às manifestações do sexo...

Aos catorze anos... recomeça a funcionar no homem reencarnado... é fonte criadora e válvula de escapamento... reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos."

E reexaminar, não é ver o desenrolar-se de um filme, mas é viver novamente as emoções e impulsos associados ao conteúdo, acarretando manifestações de comportamento. Daí a importância da educação e da responsabilidade do meio familiar. Se nesses momentos a criatura não tiver reconstruído valores, se fortalecido para a renovação dos embates, na orientação e no exemplo dos pais, falirá.

Como em tudo vemos, no homem, sempre a recapitulação de suas fases anteriores. Ao reencarnar, recapitula a evolução das espécies; na infância, desde o nascimento, a vida mental das primitivas reencarnações até à atual; a partir dos catorze, as experiências adultas em relação à sexualidade. E esta é uma observação da mais alta importância quando se queira examinar a problemática sexual da juventude, que não pode ser caracterizada apenas em termos de virtude ou pecado, mas requer o concurso da compreensão profunda acerca do subconsciente, em que o psicólogo, o psiquiatra, o neurologista, têm um imenso território a desvendar.

A epífise “preside aos fenômenos nervosos da emotividade... Desata os laços... que ligam as existências umas as outras...”, isto é, afrouxa o determinismo das conseqüências que os automatismos sustentam na nossa personalidade “...e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras...”. Controla “as glândulas genitais... demasiadamente mecânicas”. É manancial de forças magnéticas de “unidades de força...” que poderíamos chamar de “hormônios psíquicos...”. Por segregar energias psíquicas como canal direto de comunicação entre o corpo espiritual e o físico, “...conserva ascendência em todo o sistema endocrínico...”, o sistema químico de controle, (Rino Curti: Dor e Destino, cap. V). “Ligada à mente... comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade”.

Já dissemos que, submetidos aos estímulos, se nos manifesta a impulsividade que, pela vontade, é frenada para dar margem à reflexão. Digamos que as ordens da vontade se transmitem através delas.

Pelas redes nervosas comanda “...os suprimentos de energias psíquicas a todos os armazéns autônomo dos órgãos... suas atribuições são extensas e fundamentais. Na qualidade de controladora do mundo emotivo, sua posição na experiência sexual é básica e absoluta. Entretanto a viciamos, agora ou no pretérito, pela veiculação de forças aviltadas nos desregramentos emocionais, a serviço do prazer inferior, que nos atrela a recapitular experiências lamentáveis e a resgatar compromissos. Em lugar de podermos expandir nossas faculdades criadoras, para a obtenção de aquisições abençoadas e puras permanecemos atrelados a “dolorosos fenômenos de hereditariedade fisiológica” destinados a restabelecer o reajuste de nossa personalidade. E uma vez viciada, mesmo que a mente busque a elevação, se apresenta como um órgão doente, incapaz de responder de imediato ao comando de uma influenciação mais nobre. Canais de controle, de comunicação, de comando, se empobrecidos, seja do corpo físico, exigem um tempo de reabilitação, por vezes, demorado e penoso.”

Esta é uma das razões pelas quais não nos libertamos dos vícios e maus hábitos tão facilmente. É significativa a imagem dada pelo Irmão X: pagamos a varejo o que compramos por atacado. E no capítulo de nossas experiências anteriores, recomeçamos a edificar a partir do ponto em que ficamos: triste ou venturoso. Daí a importância, novamente da educação bem conduzida e a enorme responsabilidade dos pais.

“A perversão do nosso plano mental consciente...” responsável por nossas ações infelizes, “...determina a perversão de nosso psiquismo inconsciente, encarregado da execução dos desejos e ordenações mais íntimas, na esfera das operações automáticas...” porque redesperta ou sustenta forças íntimas de caráter pervertido, responsáveis por novas quedas e reincidências no monodeísmo.

“A vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras...”, porque em vez de frenar impulsos para submetê-los à burilada do discernimento, visando a sublimação perseguida pelo superconsciente, os deixa prosseguir para uma manifestação incontrolada.

“Daí procede a necessidade de regras morais para quem, de fato, se interesse pelas aquisições eternas nos domínios do Espírito. Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de feições religiosas. São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade... Centros vitais desequilibrados obrigarão a alma à permanência nas situações de desequilíbrio...

...pela primeira vez, ouvia comentários sobre consciência, virtude e santificação, dentro de conceitos estritamente lógicos e científicos no campo da razão”.

A epífise é um órgão que, sob o comando da mente, produz “unidades-força” ou substâncias, portadoras de potenciais eletroquímicos, benéficas, se aproveitadas para “o serviço de iluminação, refinamento e benefício da personalidade”; tóxicas, se retida nos “desvarios de natureza animal, qual imã relaxado entre as sensações inferiores de natureza animal.”

Na mediunidade, desde que as forças estejam equilibradas “intensifica o poder de emissão e recepção de raios” da esfera dos encarnados. Daí ser “indispensável cuidar atentamente da economia de forças, em todo o serviço honesto de desenvolvimento das faculdades superiores.” Como ela produz forças que não podem ser acumuladas, alguns fomentam a prática do esporte, como meio valioso para a preservação dos valores orgânicos, da saúde. Mas trata-se de medida incompleta e defeituosa pois, às vezes, é providência para expansão de paixões menos dignas.

Poucos entendem “a necessidade de preservação das energias psíquicas para o engrandecimento do Espírito eterno... esquecidos de que Jesus ensinou a virtude como esporte da alma...”. Daí o valor da renúncia, pois ela se assenta na lei da elevação pelo sacrifício...”.

A sangria estimula a produção de células vitais, na medula óssea; a poda oferece beleza, novidade e abundância nas árvores. O homem que pratica verdadeiramente o bem, vive no seio de vibrações construtivas e santificantes da gratidão, da felicidade, da alegria. Não é fazer teoria de esperança. “É princípio científico, sem cuja aplicação, na esfera comum, não se liberta a alma...”

Compreendia André Luiz a influenciação da epífise “no sexo... e a longa tragédia sexual da Humanidade... o porque dos dramas... as aflições... as ansiedades... o cipoal do sofrimento...

...E o homem... sempre inclinado a contrair novos débitos, mas dificilmente decidido a retificar ou pagar.”

Não que não se deva atender aos reclamos naturais do corpo, em particular do sexo; mas “distinguir entre harmonia e desequilíbrio, evitando o estacionamento em desfiladeiros fatais.”



* * *

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O INSTANTE DIVINO




Não deixes passar, despercebido, o teu divino instante de ajudar.
Surge, várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo.
Repara, vigilante.
Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor.
Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade.
Acolá, é um coração dorido que te pede algumas páginas de esperança. Mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar.
Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta.
Depois, é o auxílio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado.
Não te faças desatento.
Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante.
E, enquanto te cobres, feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação.
As horas voam.
Não te detenhas.
Num simples momento, é possível fazer muito.
Ao teu lado, a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão...
Vale-te, pois, do instante que foge e semeia bênçãos para que o mundo se empobreça de miséria e, em se fazendo hoje mais rico de amor, possa fazer-te, amanhã, mais rico de luz.

(Francisco Cândido Xavier por José de Castro. In: Relicário de Luz)

sábado, 3 de outubro de 2009

A Vida






Para os erros há perdão;
para os fracassos, chance;
para os amores impossíveis, tempo...

Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e
acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando,
fazendo que planejando,
vivendo que esperando
Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.



(Luís Fernando Veríssimo)

SER TRANSPARENTE...



Rosana Braga

Às vezes, fico me perguntando por que é tão difícil ser transparente...

Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais do que isso.

É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente sente...

Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que nos empenhamos tanto para levantar...

Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde! Mas infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco.

Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.

Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser...

Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!

Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...

E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos... Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado...

Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar... doçura, compaixão... a compreensão de que todos nós sofremos, nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos... daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!

Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: “você está me machucando... pode parar, por favor?”.

Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser bobo, é ser menos do que o outro. Quando, na verdade, se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...

Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura! Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencível...

Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto... Que consigamos docemente viver... sentir, amar...

E que você seja todo coração, muito mais sentimento, inundado de um amor transparente, apesar de todo o risco que isso possa significar...

BOM MARIDO

Luís Fernando Veríssimo

Minha esposa e eu sempre andamos de mãos dadas.. Se eu soltar, ela vai às compras.

Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica.
Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'.
Daí comprei pra ela uma cadeira elétrica.

Eu me casei com a 'Sra. Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'..

Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: 'O que tem na TV?' E eu disse 'Poeira'.

No começo Deus criou o mundo e descansou..
Então, Ele criou o homem e descansou.
Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.

Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes, o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura.. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa.
Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dente e lhe entreguei.
'- Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode também varrer a calçada.'
Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'.

'O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido...'

OCULTISMO PRÁTICO



"Levántate temprano, tan luego como te despiertes, y no te quedes perezosamente en la cama, medio despierto y medio soñando. Después, ora fervorosamente por la regeneración espiritual del género humano, con el fin de que cuantos
luchan en el sendero de la verdad reciban aliento positivo y vehemente de tus oraciones, y para que tú te fortalezcas sin ceder al halago de los sentidos".


"Reflexiona sobre los defectos de tu carácter, descubriendo por completo tus vicios y los fugaces placeres que te proporcionan, y determina firmemente hacer todo cuanto puedas para no ceder nuevamente a ellos. Este autoanálisis, que te lleva ante el tribunal de tu propia conciencia, facilitará tu progreso espiritual en un grado que no podrías imaginar".

"Nunca hagas nada que no sea tu deber, esto es, nada innecesario. Antes de hacer una cosa, reflexiona si debes hacerla".

"Nunca hables palabras ociosas. Antes de pronunciarlas, piensa en el efecto que pueden producir. Nunca quiebres tus principios de conducta por consideraciones de amistad".

"Que Nunca ocupes tu mente con pensamientos vanos o inútiles. Esto es más fácil decirlo que hacerlo. No es posible desalojar de golpe la mente. Así, en un principio, procura evitar los pensamientos malos u ociosos, ocupando tu mente en sentido contrario a ellos".

Antes de entregarte al sueño, ora, como hiciste en la mañana. Pasa revista a las obras del día, ve las faltas que cometiste y resuelve que no volverás a incurrir en las mismas faltas al día siguiente".

sábado, 26 de setembro de 2009

PACIÊNCIA E CARIDADE




Caridade sem paciência pode converter-se em agressividade destruidora.

Paciência sem caridade pode transformar-se em cálculo egoísta.
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O prato de pão entregue ao necessitado com frases de reprimenda é semelhante a uma fatia de bolo misturado de fel.
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O gesto de calma sem amor assemelha-se, muitas vezes, à atitude atenciosa de um felino, aguardando o momento oportuno de saltar sobre a presa.
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O lavrador que conta com a bondade da terra aprende a esperar pela colheita.
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O médico que provoca a reação benéfica do organismo em tratamento não prescinde do concurso das horas, para alcançar os objetivos da cura.
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Não ajuntes o veneno da irritação ou o tóxico da desconfiança ao cálice luminoso de tua dádiva.
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Não vistas o teu pensamento de dúvidas e nem condiciones tuas palavras em lâminas de violência, se desejas conduzir algum coração amigo ao templo da felicidade ou do caminho reto.

*
A caridade é, acima de tudo, filha dileta da paciência nascida da boa vontade e da compreensão.
*
Muitos jardineiros perdem flores que seriam de milagrosa beleza simplesmente porque não sabem tolerar os sacrifícios reclamados pela planta em embrião.
*
Conquistemos a serenidade em nós, para nós mesmos, a fim de construirmos novos destinos, pela simpatia e pela fraternidade que o Senhor nos auxiliará a cultivar.
*
Semeais o bem e a luz, sem as ameaças da pressa, e, com a passagem dos dias, atingireis a messe bendita do amor e da sabedoria em vosso renomado caminho.
*
Jamais nos esqueçamos de que o tempo é a caridade de Deus em nosso favor porque, através das horas e dos séculos, sabe, pacientemente, esperar.

Emmanuel

(De “Senda para Deus”, de Francisco Cândido Xavier – Autores diversos)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A Grande Pergunta



E por que me chamais Senhor,
Senhor, e não fazeis o que eu digo?
- Jesus. (LUCAS, 6:46)

Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as sublimes palavras do Cristo.

Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O Mestre permanece vivo em seu Evangelho de Amor e Luz.

É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e claros.

Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam revelações diretas. Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à vaidade, anulando-lhes as forças.

Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre Divino em seu verbo imortal. Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam.

Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus.

É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pronunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às recomendações do seu verbo sublime.

* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
17a edição. Lição 47. Rio de Janeiro, RJ: FEB.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

ESCUCHAR INTERIORMENTE


por Hellinger

¿Quién me habla cuando escucho interiormente? ¿Qué personas me estarán hablando? ¿Personas a quienes temo o temo perder? ¿Qué pasa conmigo cuando las escucho? ¿Qué pierdo probablemente, qué palabras? ¿Palabras sólo audibles cuando todos callan?

¿Cómo aprendo ese escuchar interiormente? Cuando dejo de escuchar. ¿Cómo logro eso? En el sentido literal de la palabra. Las otras palabras pasan a mi lado como el viento pero de tal manera que ni siquiera las siento. Después comienza el silencio. El silencio comienza allí donde termina el escuchar. Y es entonces cuando también termina el hablar.

En el silencio empieza el escuchar interiormente. ¿Escuchar qué? ¿Acaso hay alguien que aún habla? No. Aquí comienza un escuchar diferente. Es como un escuchar sutil, al más leve sonido. Y significa estar atento a algo sin movimiento, que quizás venga a nuestro encuentro. Pero no viene nada.

En esa actitud de escucha sutil, todo en nosotros se halla abierto a algo, que si bien está, evita ser atrapado. Auscultamos la oscuridad. Todo en nosotros se halla expectante e inquieto sin que algo se mueva.

¿Acaso necesitamos algo más? ¿O acaso en ese momento ya lo tenemos todo? ¿Queremos más? Sí. Porque después del recogimiento comienza el actuar. Actuar en sintonía con aquello que nos ha hecho recoger de esa manera. ¿Cómo sabemos lo que hay que hacer?

Si esperamos, aparece de pronto la palabra o la frase pero sin haberla escuchado. De improviso está en nosotros.

¿Cuánto hay que esperar? A veces sólo brevemente.

Quanto mais



Abençoai sempre as vossas dificuldades e não as lastimeis, considerando que Deus nos concede sempre o melhor e o melhor tendes obtido constantemente com a possibilidade de serdes mais úteis.
*
Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio recebereis da Vida Mais Alta.
*
Quanto mais tolerardes os contratempos do mundo, mais amparados sereis nas emergências da vida, em que permaneceis buscando paz e progresso, elevação e luz.
*
Quanto mais liberdade concederdes aos vossos entes amados, permitindo que eles vivam a existência que escolheram, mais livres estareis para obedecer a Jesus, construindo a vossa própria felicidade.
*
Quanto mais compreenderdes os que vos partilham os caminhos humanos, mais respeitados vos encontrareis de vez que, quanto mais doardes do que sois em benefício alheio, mais ampla cobertura de amparo do Senhor assegurará a tranqüilidade em vossos passos.
*
Continuemos buscando Jesus em todos os irmãos da Terra, mas especialmente naqueles que sofrem problemas e dificuldades maiores que os nossos obstáculos, socorrendo e servindo e sempre mais felizes nos encontraremos sob as bênçãos dele, nosso Mestre e Senhor.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes.
Araras, SP: IDE, 1978.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sugestões de Amigo



"Sabe ele (o Paganismo) muito bem que
está errado, mas isso não o abala,
porquanto a verdadeira fé não lhe está
na alma. O que mais teme á a luz, que dá
vista aos cegos."
(Allan Kardec, E.S.E. Cap. XXIII, Item 14)

Mesmo que você esteja com a razão, escute em silêncio a reprimenda injustificada.
Ouvir para examinar é oportunidade de aprendizado e experiência.

*

Mesmo que a lição lhe amargure o Espírito, receba como dádiva preciosa.
Antes uma verdade que magoa, mas salva, do que uma ilusão que agrada e se desvanece.

*

Mesmo que você seja chamado ao debate em nome da causa que ama, desculpe-se e prossiga na ação.
Muitas palavras exaltam poucas razões.

*

Mesmo que a dor se constitua parceria única de seus labores evangélicos, prossiga resoluto.
O cinzel que fere a pedra, dela arranca a escultura valiosa.

*

Mesmo que a espada invisível da calúnia abra feridas em seu coração, continue animado.
O bem é luz inapagável.

*

Mesmo que a urna sombria do “eu” apele para que você viva somente para você, arrebente a grilheta e ajude a comunidade naquele que segue a seu lado.
A ostra mais resistente, em solidão, despedaça-se de encontro aos recifes do mar imenso.

*

Mesmo que a luta pareça inútil, confie no valor da perseverança que sabe agir.
Os pólens de uma única flor são suficientes para multiplicá-la indefinidamente, embelezando a Natureza.

*

Mesmo que o fel da amargura verta em seus lábios, cada noite, o acre sabor do desespero, desperte, no dia seguinte, abençoando a aurora.
Quem contempla uma noite de vendaval acreditará na impossibilidade de um claro sol na manhã porvindoura. No entanto...

*

Mesmo que o alarde da maledicência empane a claridade de sua luz, não revide mal por mal.
A árvore ultrajada responde à ofensa com produtividade.

*

Mesmo que seus sonhos formosos de assistência fraternal e socorro cristão se transformem em pesadelos aflitivos nos dias de atividade, siga adiante, confiando intimorato.
Considerado pelos familiares, em Nazaré, como embusteiro e endemoniado, o Mestre prosseguiu no ministério da Verdade, alargando as possibilidades da Boa Nova no vergel desfeito dos corações humanos, para, na cruz, atestar a suprema vitória do amor como única via de "luz que dá vista aos cegos" e enseja libertação para o Espírito sedento de imortalidade.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Glossário Espírita-Cristão..
Ditado pelo Espírito Marco Prisco.
4a edição. Salvador, BA: LEAL, 1993.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tristeza Perturbadora




Conquanto brilhe o sol da oportunidade feliz, abrindo campo para a ação e para a paz, a sombra teimosa da tristeza envolve-te em injustificável depressão.

Gostarias de arrancar das carnes da alma este espinho cravado que te faz sofrer, e, por não o conseguires, deixas-te abater.

Conjecturas a respeito da alegria, do corpo jovem, dos prazeres convidativos, e lamentas não poder fruir tudo quanto anelas.

A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer aflição.

A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança.

Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o organismo físico e a maquinaria emocional.

*

Luta contra a tristeza, reeducando-te mentalmente.

Não dês guarida emocional às suas insinuações.

Ninguém é tão ditoso quanto supões ou te fazem crer.

A Terra é o planeta-escola de aprendizes incompletos, inseguros.

A cada um falta algo, que não conseguirá conquistar.

Resultado do próprio passado espiritual, o homem sente sempre a ausência do que malbaratou.

A escassez de agora é conseqüência do desperdício de outrora.

A aspiração tormentosa é prova a que todos estão submetidos, a fim de que valorizem melhor aquilo de que dispõem e a outros falta.

Lamentas não ter algo que vês noutrem, todavia, alguém ambiciona o que possuis e não dás valor.

Resigna-te, pois, e alegra-te com tudo quanto te enriquece a existência neste momento.

Aprende a ser grato à vida e àqueles que te envolvem em ternura, saindo da tristeza pertinaz para o portal de luz, avançando pelo rumo novo.

*

Jesus, que é o "Espírito mais perfeito" que veio à Terra, sem qualquer culpa, foi incompreendido, embora amando; traído, apesar de amar, e crucificado, não obstante amasse...

Desse modo, sorri e conquista o teu espaço, esquecendo o teu espinho e arrancando aquele que está ferindo o teu próximo.

Oportunamente, descobrirás que, enquanto te esqueceste da própria dor, lenindo a dos outros, superaste-a em ti, conseguindo a plenitude da felicidade, que agora te rareia.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1988.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Usina de Forças



Ama o corpo que te serve de instrumento para o progresso espiritual com respeito e elevação.

Através dele, cresces e constróis o mundo de esperança e felicidade, se o conduzes com dignidade e trabalho.

Não suponhas que ele seja responsável pela falência dos teus valores éticos, ou pelas sucessivas quedas que te retêm na retaguarda.

Considerando-o, prolongar-lhe-ás a existência e finalidade, preservando-o de desgastes desnecessários.

*

A fraqueza moral nunca é da carne, mas, sim, do Espírito que a comanda.

*

Graças ao corpo, a Humanidade recebeu as belezas da arte superior através de Miguel Ângelo, Rafael, Goya, Rembrandt e, antes deles, Fídias, Praxíteles ou Renoir, Tissot, Manet.

Por ele se expressaram, na música divina, Bach, Mozart, Beethoven, Sibelius, Schummann, Carlos Gomes, Villa Lobos, para nos recordarmos apenas de alguns poucos.

Através dele, o pensamento se humanizou em Sócrates, Platão, Aristóteles, Rousseau, Hegel, Kant...

Utilizando-o, Krishna, Buda, Confúcio, Jesus, Allan Kardec, trouxeram ao mundo a canção de beleza da imortalidade em triunfo.

Mergulhados nele, Pasteur, Koch, Hansen, Fleming, ampliaram os horizontes da saúde, ao lado de Kraepelin, Griesinger, Freud, Jung, que lutaram pelo reequilíbrio mental e emocional dos homens.

Conduzindo-o com nobreza, Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Vicente de Paulo, mantiveram viva a chama da fé e da caridade.

... E milhares de cientistas, filósofos, artistas, poetas, músicos, santos, heróis e lutadores anônimos construíram sob divina inspiração o mundo onde agora respiras.

*

Certamente, há muito ainda por fazer. E isto a ti compete realizar, oferecendo a tua quota de engrandecimento.

*

Se os vestígios do primitivismo, do qual ele proveio, te induzem à promiscuidade de qualquer natureza ou ao seu rebaixamento moral, sustenta-o na fragilidade com o combustível da temperança, não agindo de forma a perturbar-lhe o equilíbrio ou intoxicá-lo com os miasmas da injunção danosa.

*

Se te ocorre ciliciá-lo, a fim de o acalmar, conforme ensinam, erradamente, os atormentados da fé, balsamiza-lhe os impulsos com os medicamentos da prece e os esforços do trabalho que retemperam as energias.

*

Se o tombas, por qualquer motivo ou invigilância, não o lastimes nem o recrimines. Simplesmente, levanta-o e evita-lhe repetir o insucesso.

*

Se o tens enfermo ou mutilado, acode-o com o otimismo e a confiança em Deus.

*

Se o possuis sadio e harmônico, bendize-o com a sua preservação cuidadosa.

*

Nem excesso de cuidados, vivendo para ele, nem abandono, desprezando-o à própria sorte.

*

O teu corpo é conquista que alcançaste diante das Soberanas Leis da Vida.

Torna-o uma usina de forças a serviço do bem e um santuário de bem-aventuranças com possibilidades de alçar-te das cinzas e do lodo da terra aos altiplanos espirituais, onde reinam a felicidade e o amor total.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1988.

domingo, 2 de agosto de 2009

Testemunhos



Aspiras pela ascensão espiritual, que te parece difícil.

Contemplas as alturas libertadoras, e sentes vertigens.

Anelas pelos acumes, e lutas, repassando pela tela mental as dificuldades que tens enfrentado e os problemas que te afligem.

Sentes que o vale te asfixia, e a multidão que ali se movimenta te atormenta.

A medida, porém, que galgas as ásperas encostas, percebes que esse é um cometimento isolado, imolador.

Vês, à distância, os amigos que se candidataram a subir contigo e ficaram na retaguarda da comodidade.

Constatas que as energias se te exaurem e vês as feridas nas mãos, nos pés e as dilacerações nos sentimentos.

É natural que assim te aconteça.

A vida, para expressar-se, arrebenta os invólucros onde jaz adormecida.

Todo parto, que enseja a vida, proporciona dor.

A semente sofre, esmagada no solo, a fim de libertar a espécie que nela dorme.

Da mesma forma acontece com as tuas ânsias de evolução.

Atingirás o cume, não o duvides, porém, assinalado pelos testemunhos que a subida te exige.

*

Mede-se a grandeza de um ideal pela capacidade de sofrimento e de paz que demonstra aquele que o apresenta.

Os homens grandes são volumosos e de alta estatura, enquanto que os grandes homens são identificados pelos seus referenciais de amor, de abnegação, de sacrifício, de idealismo nobre.

É impossível abraçar um ideal, no mundo, passando incólume à agressão, a sevícia, à calúnia, à urdidura da infâmia.

Por enquanto, e ainda por muito tempo, os grandes homens ver-se-ão a sós, incompreendidos, fora do círculo dourado da ilusão.

Não estranhes, pois, o que te acontece nas paisagens íntimas: tristeza insatisfação, soledade.

Fosse diferente a ocorrência, e estarias a soldo da mentira, da corrupção, jamais dos ideais libertadores.

*

Quando te resolveste por crescer e alcançar as elevadas planuras, ansiavas pela felicidade.

Anotas que estás em solidão, porém essa é com Deus.

Testemunha a fertilidade do teu ideal cristão aos tíbios, a fim de que eles se estimulem, e se resolvam por ascender também.

Quando lograres a vitória, atraí-los-ás. Por enquanto, testemunha e insiste.

Jesus asseverou:

- ... E quando eu for erguido (na cruz) atrairei todos a mim. (João. 12-32)

Não reclames, nem receies.

Segue em paz!

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

Tempo da Regra Áurea



"Assim, tudo o que vos quereis
que os homens vos façam, fazei-o
também vos a eles; esta é a lei
e os profetas."
(S.Matheus cap.7 v.12)

Faremos hoje o bem a que aspiramos receber.

*

Alimentaremos para com os semelhantes os sentimentos que esperamos alimentem eles para conosco.

*

Pensaremos acerca do próximo somente aquilo que estimamos pense o próximo quanto a nós.

*

Falaremos as palavras que gostaríamos de ouvir.

*

Retificaremos em nós tudo o que nos desagrade nos outros.

*

Respeitaremos a tarefa do companheiro como aguardamos respeito para a responsabilidade que nos pesa nos ombros.

*

Consideraremos o tempo, o trabalho, a opinião e a família do vizinho tão preciosos quanto os nossos.

*

Auxiliaremos sem perguntar, lembrando como ficamos felizes ao sermos auxiliados sem que dirijam perguntas.

*

Ampararemos as vítimas do mal com a bondade que contamos receber em nossas quedas, sem estimular o mal e sem esquecer a fidelidade a prática do bem.

*

Trabalharemos e serviremos de moldes que reclamamos do esforço alheio.

*

Desculparemos incondicionalmente as ofensas que nos sejam endereçadas no mesmo padrão de confiança dentro do qual aguardamos as desculpas daqueles a quem porventura tenhamos ofendido.

*

Conservaremos o nosso dever em linha reta e nobre, tanto quanto desejamos retidão e limpeza nas obrigações daqueles que nos cercam.

*

Usaremos paciência e sinceridade para com os nossos irmãos, na medida com que esperamos de todos eles paciência e sinceridade, junto de nós.

*

Faremos, enfim, aos outros o que desejamos que os outros nos façam.

*

Para que o amor não enlouqueça em paixão e para que a justiça não se desmande em despotismo, agiremos persuadidos de que o tempo da regra áurea, em todas as situações, agora ou no futuro, será sempre hoje.

* * *
Da obra: Opinião Espírita.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
CEC.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Terapia da Oração

Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.

A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.

Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.

A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.

O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução. Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.

*

O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.

A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.

A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.

Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.

Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.

*

O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.

O pessimista autodestrói-se, enquanto o otimista auto-sustenta-se.

Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.

Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo. Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.

A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.

Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.

Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.

* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

Instante Divino

Não deixes passar, desapercebido, o teu divino instante de ajudar.

Surge, várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo.

Repara, vigilante.

Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor.

Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade.

Acolá, é um coração dorido que te pede algumas páginas de esperança. Mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar.

Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta. Depois, é o auxílio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado.

Não te faças desatento.

Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante. E, enquanto te cobres, feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação.

As horas voam.

Não te detenhas.

Num simples momento, é possível fazer muito.

Ao teu lado, a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão...

Vale-te, pois, do instante que foge e semeia bênçãos para que o mundo não se empobreça de miséria e, em se fazendo hoje mais rico de amor, possa fazer-te, amanhã, mais rico de luz.

* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Relicário de Luz.
Ditado pelo Espírito José de Castro.
4a edição. Rio de Janeiro, RJ:FEB, 1995.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Realização Interior

Enquanto o homem não se convencer de que lhe é necessário conquistar as paisagens íntimas, suas realizações externas deixá-lo-ão em desencanto, sob frustrações que se sucederão, tantas vezes quantas sejam as glórias alcançadas no mundo de fora.

À semelhança de uma semente, na qual dormem incontáveis recursos, que surgem a partir da germinação, cabe ao ser humano desatar os valores que lhe dormem inatos, facultando-se as condições de desenvolvimento, graças às quais logrará sua plenitude.

Muitas vezes, as dificuldades que o desafiam são fatores propiciatórios para o desabrochar dos elementos adormecidos, e para que sua destinação gloriosa seja alcançada.

O homem de bem, que reúne os valores expressivos da honra e da ação edificante, faz-se caracterizar pelo esforço, pelo empenho que desenvolve, realizando o programa essencial da vida que é sua iluminação íntima.

Somente essa identificação com o si profundo facultar-lhe-á a tranqüilidade, meta próxima a ser conseguida. Partindo dela, novas etapas surgirão, convidativas, ensejando o crescimento moral e intelectual proporcionador da felicidade real.

Todas as conquistas externas - moedas, projeção social, objetos raros, moradia, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos - não obstante úteis para a comodidade, a automação e sintonia com o mundo, bem como com a sociedade, não podem acompanhar o ser, quando lhe ocorre a fatalidade biológica da morte.

Cada qual desencarna com os recursos morais e intelectivos que amealhou, liberando-se ou não dos grilhões emocionais que o prendem às quinquilharias a que atribui valor.

Na luta pela aquisição das coisas, as batalhas se tornam renhidas, graças à competição, às angustiantes expectativas das disputas, nas quais o crime assume papel preponderante, com resultados quase sempre funestos.

Na grande transição, tudo aquilo que constituiu motivo de luta insana perde o significado, passando a afligir mais do que antes..

*

Não te descures da auto-iluminação.

Se buscas a consolidação da estrutura sócio-econômica pessoal e familiar, vai mais longe, e intenta a conquista dos tesouros íntimos.

Exercita as virtudes que possuis em germe, dando-lhes oportunidade de se agigantarem, arrastando outros corações.

Recorda-te, a cada instante, da brevidade do corpo físico e reivindica o treino para a morte, mantendo-te em serenidade, reflexão e ação iluminativa.

Vida interior é conquista possível, e está ao teu alcance. Logra-a, quanto antes, e sentirás a imensa alegria da plenificação.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

O HOMEM BOM

Conta-se que Jesus, apos narrar a Parábola do Bom Samaritano, foi novamente interpelado pelo doutor da lei que, alegando não lhe haver compreendido integralmente a lição, perguntou, sutil:

- Mestre, que farei para ser considerado homem bom?

Evidenciando paciência admirável, o Senhor respondeu:

Imagina-te vitimado por mudez que te iniba a manifestação do verbo escorreito e pensa quão grato te mostrarias ao companheiro que falasse por ti a palavra encarcerada na boca.

Imagina-te de olhos mortos pela enfermidade irremediável e lembra a alegria da caminhada, ante as mãos que te estendessem ao passo incerto, garantindo-te a segurança.

Imagina-te caído e desfalecente, na via pública, e preliba o teu consolo nos braços que te oferecessem amparo, sem qualquer desrespeito para com os teus sofrimentos.

Imagina-te tocado por moléstia contagiosa e reflete no contentamento que te iluminaria o coração, perante a visita do amigo que te fosse levar alguns minutos de solidariedade.

Imagina-te no cárcere, padecendo a incompreensão do mundo, e recorda como te edificaria o gesto de coragem do irmão que te buscasse testemunhar entendimento.

Imagina-te sem pão no lar, arrostando amargura e escassez, e raciocina sobre a felicidade que te apareceria de súbito no amparo daqueles que te levassem leve migalha de auxílio, sem perguntar por teu modo de crer e sem te exigir exames de consciência.

Imagina-te em erro, sob o sarcasmo de muitos, e mentaliza o bálsamo com que te acalmarias, diante da indulgência dos que te desculpassem a falta, alentando-te o recomeço.

Imagina-te fatigado e intemperante e observa quão reconhecido ficarias para com todos os que te ofertassem a oração do silêncio e a frase de simpatia.

Em seguida ao intervalo espontâneo, indagou-lhe o Divino Amigo:

- Em teu parecer, quais teriam sido os homens bons nessas circunstâncias?

- Os que usassem de compreensão e misericórdia para comigo - explicou o interlocutor.

- Então - repetiu Jesus com bondade-, segue adiante e faze também o mesmo.

* * *
Xavier, Francisco Candido. Da obra: Amor e Vida em Família.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Capivari, SP: EME, 1995.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Porvir Inexorável

O indivíduo senciente deve manter como objetivo primacial da existência física a conquista dos valores eternos. Não obstante a consideração pelas conquistas contemporâneas, torna-se-lhe indispensável a compreensão da transitoriedade desses recursos e realizações.

O acúmulo de riquezas materiais proporciona-lhe conforto, não porém, felicidade. Esta é decorrência natural do auto-encontro responsável, graças ao qual se entrega à conquista de diferentes bens, por enquanto, desdenhados.

Somente através da reencarnação, compreendida e aplicada à vivência lúcida, é que poderá considerar o vazio da existência corporal, período este para a aprendizagem iluminativa e libertadora.

Assim considerada, a existência material deixa de ser uma sucessão de sofrimentos e incertezas para proporcionar os investimentos duradouros, que se transferem de uma para outra forma, no corpo ou além dele, porquanto, em qualquer circunstância, ninguém e apresentará fora da Vida.

A vida física se caracteriza pela busca do prazer, no entanto, este sempre se expressa acompanhado do sofrimento. Isto, porque, o próprio prazer gera o medo da sua descontinuidade, o que se transforma em aflição.

A manutenção do prazer estimula o egoísmo, a ambição, a arbitrariedade e seus sequazes criminosos.

Cultivando com acendrado interesse a ignorância, o homem distrai-se no relacionamento com amigos; armazena jóias e dinheiro, víveres e trajes; multiplica habitações e veículos, embora o seu corpo somente os possa usar um a um. Demais, advindo a morte, que é inevitável, vê-se constrangido a deixar tudo, levando apenas a si mesmo e com ele os atos impressos nos painéis da consciência.

Ninguém te condena por seres previdente; porém, a tua consciência te reprocha a ganância.

Pessoa alguma te fiscaliza a conduta gozadora; mas, a tua consciência te diz que isto não te basta.

Deus não te proíbe fruir dos bens, nem da vida; todavia, tua consciência, apesar de anestesiada, vez que outra desperta, assinalando a tua ilusão...

Descoberta a causa do sofrimento do senciente, que é a ignorância, o seu antídoto é, de logo, a sabedoria.

Clareia-te, assim, com as luzes da reencarnação e saberás conduzir a vida sem apego, sem desconsideração, descobrindo-lhe o vazio do mediato e aplicando parte do teu tempo na preparação do teu porvir eterno, que te espreita, e para o qual marchas inexoravelmente, quer o queiras ou não.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1990.

ESTRANHO AMOR

Na mitologia clássica, cada flor era encarada como uma dádiva dos deuses, uma obra divina do Olimpo. Assim, Narciso era um flor que correspondia à metamorfose de um belo jovem com esse mesmo nome. Filho da ninfa Liríope e do deus fluvial Cefiso, era dotado de extraordinária beleza.
Ao nascer, um vidente profetizou que ele viveria muito tempo se jamais se desse conta de sua beleza.
Um dia, porém, caçando em uma extensa floresta, se aproxima de um lago límpido a fim de aliviar a sede. Vê sua imagem refletida nas águas e por ela se enamora, vivendo obstinada fascinação.
Deitado no solo, contempla fixo o lago que espelha sua face. Imóvel dia e noite, é incapaz de afastar-se; fica perdidamente apaixonado por si mesmo.
O jovem deixa de alimentar-se, de dormir, de saciar a sede e vai se consumindo na melancolia de um amor impossível. Quantas vezes em vão mergulha os braços nas águas para abraçar aquele figura admirada. A mesma ilusão que lhe engana os olhos aumenta sua paixão ardente.
Depois de morto, os deuses tiveram compaixão dele e o transformaram em uma delicada flor de miolo amarelo rodeado de pétalas brancas; flores que sempre nasceriam às margens das lagoas em memória desse jovem tão infeliz.
Numerosos foram os pintores e os escritores que se utilizaram da figura mítica de Narciso. Também para muitos estudiosos do comportamento humano, ele passou a representar as tendências ao egocentrismo existentes no ser humano.
Narciso, na verdade, não estava enamorado de si mesmo, mas de sua imagem.
O processo ocorre de maneira idêntica nos pais narcisistas. Para eles o filho é sua própria imagem projetada.
A expressão do amor materno é um impulso natural, desprovido de qualquer interesse egoístico. Esse instinto de proteção surge ante a fragilidade do bebê, ainda incapaz de prover sua sobrevivência. Contudo, grande parte das mães continua se relacionando com os filhos crescidos como se fossem eternas criancinhas. Inconscientemente, crêem que eles são ainda parte delas próprias, como realmente o foram quando estavam no ventre.
Assim acreditando, criam condições negativas ao desenvolvimento íntimo deles, prejudicando-lhes a mentalidade quanto ao uso da livre escolha. Estão constantemente interferindo,
ordenando e criticando de maneira possessivamente dócil.
A criança, a quem foi permitida a possibilidade de errar para buscar experiências e, mais tarde, colher os frutos da segurança, se tornará uma personalidade saída e confiante em si mesma. Toda ascensão exige atividade. Não há lição sem preço.
Você deve conceder liberdade a seu filho, obviamente levando em conta sua faixa etária, para que ele não corra risco ou prejuízo em sua vida física, psíquica e social.
Mesmo sem perceber, você pode estar afastando seu filho dos testes do mundo; por isso ele está nessa situação constrangedora, desenvolvendo o medo e uma extrema dependência de tudo.
As crianças são muito sensíveis às energias do ambiente doméstico.
Quando elas manifestam dificuldades e problemas, na maioria das vezes estão apenas refletindo os comportamentos familiares.
Ao recomendar-lhe que dê liberdade a seu filho, não estou me referindo ao ato de mimar, à falta de controle, à ausência de limites. Tampouco que o entregue à própria sorte, mas que o ensine a pensar para tomar decisões e tecer os fios de sua felicidade.
Certos pais não transmitem a necessária confiança e apoio a seus filhos, pois não reconhecem nem respeitam sua individualidade. Dificultam, assim, o relacionamento deles com outras crianças no ambiente social. Essas atitudes de superproteção os mantêm presos a laços invisíveis, bloqueando-lhes o anseio de liberdade infantil.
Pais que pensam por suas crianças, como se elas fossem destituídas de inteligência, não se desenvolveram a ponto de reconhecer a existência independente de uma outra pessoa. Acreditam que os filhos têm sua mesma intenção, querer e propósito, permanecendo durante anos, ainda quando eles se tornam adultos, na mesma expectativa de que deverão estar sempre a postos para suprir todas as necessidades filiais. Crises, infortúnios e dissabores são medidas de socorro com que os Céus amparam as criaturas.
As nódoas da vida e os percalços do caminho, hoje, poderão parecer trevas, mas, amanhã, serão suas luzes. Portanto, modifique essa sua atitude; excesso de zelo prejudica ao invés de beneficiar.
Deus a todos ama e abençoa, nunca desampara e não esquece ninguém.
Não sufoque os outros; ao contrário, coopera e incentive.
O narcisistas supervaloriza seu próprio mundo e acredita que o mundo do outro é dele. É incapaz de afastar-se de sua imagem, ficando completamente perdido na contemplação de si mesmo. O narcisismo dos pais é uma fascinação por si mesmos refletida nos filhos. Sou especial e, portanto, devo tratar e proteger meu filho especialmente.
A criança, à medida que se vai tornando adulta, não precisa tanto das mães para suprirem suas necessidades corriqueiras; mas carece de sua presença colaboradora e amiga a seu lado.
A insegurança de seu filho é a causa primordial e atrativa dessas influências perturbadoras. Comece a exercitá-lo para sentir-se independente e para participar de forma ativa dentro do próprio lar, e mostre-lhe as limitações naturais de sua liberdade, procurando, no entanto, distingui-la dos caprichos e dos desejos infantis.
Possessividade é um estranho amor que machuca a alma com rudeza, da vida tira a alegria e dos olhos muito pranto.

Texto extraído do Livro Conviver e Melhorar - espírito Lourdes Catherine, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mágoa

Síndrome alarmante, de desequilibro, a presença da mágoa faculta a fixação de graves enfermidades físicas e psíquicas no organismo de quem a agasalha.

A mágoa pode ser comparada à ferrugem perniciosa que destrói o metal em que se origina.

Normalmente se instala nos redutos do amor-próprio ferido e paulatinamente se desdobra em seguro processo enfermiço, que termina por vitimar o hospedeiro.

De fácil combate, no início, pode ser expulsa mediante a oração singela e nobre, possuindo, todavia, o recurso de, em habitando os tecidos delicados do sentimento, desdobrar-se em modalidades várias, para sorrateiramente apossar-se de todos os departamentos da emotividade, engedrando cânceres morais irreversíveis. Ao seu lado, instala-se, quase sempre, a aversão, que estimulam o ódio, etapa grave do processo destrutivo.

A mágoa, não obstante desgovernar aquele que a vitaliza, emite verdadeiros dardos morbíficos que atingem outras vítimas incautas, aquelas que se fizeram as causadoras conscientes ou não do seu nascimento.

Borra sórdida, entorpece os canais por onde transita a esperança, impedindo-lhe o ministério consolador.

Hábil, disfarça-se, utilizando-se de argumentos bem urdidos para negar-se ao perdão ou fugir ao dever do esquecimento. Muitas distonias orgânicas são o resultado do veneno da mágoa, que, gerando altas cargas tóxicas sobre a maquinaria mental, produz desequilíbrio no mecanismo psíquico com lamentáveis conseqüências nos aparelhos circulatório, digestivo, nervoso...

O homem é, sem dúvida, o que vitaliza pelo pensamento. Sua idéias, suas aspirações constituem o campo vibratório no qual transita e em cujas fontes se nutre.

Estiolando os ideais e espalhando infundadas suspeitas, a mágoa consegue isolar o ressentido, impossibilitando a cooperação dos socorros externos, procedentes de outras pessoas.

Caça implacavelmente esses agentes inferiores, que conspiram contra a tua paz. O teu ofensor merece tua compaixão, nunca o teu revide.

Aquele que te persegue sofre desequilíbrios que ignoras e não é justo que te afundes, com ele, no fosso da sua animosidade.

Seja qual for a dificuldade que te impulsione à mágoa, reage, mediante a renovação de propósitos, não valorizando ofensas nem considerando ofensores.

Através do cultivo de pensamentos salutares, pairarás acima das viciações mentais que agasalham esses miasmas mortíferos que, infelizmente, se alastram pela Terra de hoje, pestilenciais, danosos, aniquiladores.

Incontáveis problemas que culminam em tragédias quotidianas são decorrência da mágoa, que virulenta se firmou, gerando o nefando comércio do sofrimento desnecessário.

Se já registras a modulação da fé raciocinada nos programas da renovação interior, apura aspirações e não te aflijas. Instado às paisagens inferiores, ascendo na direção do bem. Malsinado pela incompreensão, desculpa. Ferido nos melhores brios, perdoa.

Se meditares na transitoriedade do mal e na perenidade do bem, não terás outra opção, além daquela: amar e amar sempre, impedindo que a mágoa estabeleça nas fronteiras da tua vida as balizas da sua província infeliz.

"Quando estiveres orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que vosso Pai que está nos Céus, vos perdoe as vossas ofensas". - Marcos: 11-25.

"Não sou feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. Isto, meus caros filhos, prova melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: "A felicidade não é deste mundo". - Cap.V - Item 20.

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Franco, Divaldo P.. Da obra: Florações Evangélicas.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Lucrará Fazendo Assim

Reconforte o desesperado. Você não escapará as tentações do desânimo nos círculos de luta.

Levante o caído. Você ignora onde seus pés tropeçaram.

Estenda a mão ao que necessita de apoio. Chegará seu dia de receber cooperação.

Ampare o doente. Sua alma não esta usando um corpo invulnerável.

Esforce-se por entender o companheiro menos esclarecido. Nem sempre você dispõe de recursos para compreender como é indispensável.

Acolha o infortunado. Nem sempre o céu estará inteiramente azul para seus olhos.

Tolere o ignorante e ajude-o. Lembre-se de que há Espíritos Sublimes que nos suportam e socorrem com heróica bondade.

Console o triste. Você não pode relacionar as surpresas da própria sorte.

Auxilie o ofensor com os seus bons pensamentos. Ele nos ensina quão agressivos e desagradáveis somos ao ferir alguém.

Seja benévolo para com os dependentes. Não se esqueça de que o próprio Cristo foi compelido a obedecer.

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Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
32a edição. FEB, 1996.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Teoria e prática

O conhecimento liberta da ignorância. Todavia, somente a sua aplicação liberta do sofrimento.

há uma expressiva diferença entre a teoria e a prática, em todos os segmentos da humanidade.

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A teoria ensina. Porém, a prática afere-lhe o valor.

Não basta saber. É imprescindível utilizar o que se conhece.

O conhecimento, em verdade, amplia os horizontes do entendimento. Não obstante, a sua aplicação alarga as paisagens da vida.

A mente conhecedora deve movimentar as mãos no uso desses valiosos recursos.

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O conhecimento de importância é aquele que pode mover essas conquistas em favor do bem do seu possuidor, assim como do meio social onde este se encontra.

Nula é a informação que não produz bênçãos, nem multiplica as disposições da pessoa para a ação útil.

*

Conhecendo saberás que a tua renúncia auxilia a comunidade, sem que esperes a abnegação dos outros a teu benefício.

O conhecimento superior estimula à imediata atividade.

Acumular informações sem finalidade prática, transforma-se em erudição egoísta que trabalha em benefício da presunção.

*

Tens a obrigação de conhecer para viver. Simultaneamente, deves viver praticando os salutares esclarecimentos que armazenas, contribuindo para uma existência realizadora, humana e feliz.

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Quando leias, exercita a praticidade do contributo cultural que assimilas.

O tempo urge, e as oportunidades de aplicação constituem tuas chances de progresso como de paz.

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Conta-se que célebre monge budista, estudando algumas suras, descobriu que se não devia utilizar da pele de animais para conforto pessoal.

De imediato, levantou-se do catre e dali retirou o couro de um urso que lhe servia de apoio macio sobre as ripas da enxerga áspera.

Prosseguindo a leitura, porém, encontrou assinalado que, no entanto, se poderia usar a pele dos animais, quando se estivesse enfermo, esquálido ou envelhecido, a fim de ter diminuídas as penas e dores.

Ato contínuo, tomou da mesma com respeito, colocou-a no lugar de onde a retirara, sentou-se sobre ela e continuou a ler...

Conhecimento que não transforma em utilidade, pode ser qual "sepulcro caiado por fora", ocultando vérmina e morte por dentro, responsável pelo bafio do orgulho e da ostentação.

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Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
2a edição. Salvador, BA: LEAL, 1990.

Glorificando o Santo Nome

O professor contou, em aula, que, no princípio da vida na Terra, quando os minerais, as plantas e os animais souberam que era necessário santificar o nome de Deus, houve da parte de quase todos um grande movimento de atenção.

Certas pedras começaram a produzir diamantes e outras revelaram ouro e gemas preciosas.

As árvores mais nobres começaram a dar frutos.

O algodoeiro inventou alvos fios para a vestimenta do homem.

A roseira cobriu-se de flores.

A grama, como não conseguia crescer, alastrou-se pelo chão, enfeitando a Terra.

A vaca passou a fornecer leite.

A galinha, para a alegria de todos, começou a oferecer ovos.

O carneiro iniciou a criação de lã.

A abelha passou a fazer mel.

E até o bicho-da-seda, que parece tão feio, para santificar o nome de Deus fabricou fios lindos, com os quais possuímos um dos mais valiosos tecidos que o mundo conhece.

Nesse ponto da lição, como o instrutor fizera uma pausa, Pedrinho perguntou:

- Professor, e que fazem os homens para isso?

O orientador da escola pensou um pouco respondeu:

Nem todos os homens aprendem rapidamente as lições da vida, mas aqueles que procuram a verdade sabem que a nossa Inteligência deve glorificar a Eterna Sabedoria, cultivando o bem e fugindo ao mal. As pessoas que se consagram às tarefas da fraternidade, compreendendo os semelhantes e auxiliando a todos, são as almas acordadas para a luz e que louvam realmente o nome de nosso Pai Celeste.

E, concluindo, afirmou:

O Senhor deseja a felicidade de todos e, por isso, todos aqueles que colaboram pelo bem-estar dos outros são os que santificam na Terra a sua Divina Bondade.

* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.
19a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

domingo, 12 de julho de 2009

Gritos do inferno

TRABALHO

"E Jesus lhes respondeu: Meu Pai obra até agora, e eu trabalho também."
- (João, 1:17)

Em todos os recantos, observamos criaturas queixosas e
insatisfeitas.
Quase todas pedem socorro. Raras amam o esforço que lhes foi
conferido. A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho.
Os que varrem as ruas querem ser comerciantes; os trabalhadores do
campo prefeririam a existência na cidade.
O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de
compreensão da oportunidade recebida.
De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça
inconsciente. É o desejo ingênito de conservar o que é inútil e ruinoso,
das quedas no pretérito obscuro.
Mas Jesus veio arrancar-nos da "morte no erro". Trouxe-nos
a benção do trabalho, que é o movimento incessante da vida.
Para que saibamos honrar nosso esforço, referiu-se ao Pai que
não cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua
tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à Humanidade.
Quando te sentires cansado, lembra-te de que Jesus está
trabalhando. Começamos ontem nosso humilde labor e o Mestre
se esforça por nós, desde quando?
(De "Caminho, verdade e vida", de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

sábado, 11 de julho de 2009

Espírito da Treva




Está em toda parte.
Surge inesperadamente e assume faces de surpresa que produz estados dalma afligentes, configurando pungentes conflitos que conduzem, não raro, a nefandas conseqüências.
As vezes, no lar, os problemas se avultam, na ordem moral, desconcertando a paisagem doméstica; no trabalho, discussões inesperadas, por nonadas, tomam aspectos de gravidade, que conduz os contendores a ódios virulentos e perniciosos; nas relações, irrompem incompreensões urdidas nas teias da maledicência, fragmentando velhas amizades que antes se firmavam em compromissos de lealdade fraterna Inamovível; na rua e nas conduções gera inquietações que consomem e lança pessoas infelizes no caminho, provocantes, capazes de atirar por coisas de pequena monta, nos rebordos de abismos profundos, aqueles que defrontam...
É o espírito da treva. Está, sim, em toda parte.
Membro atuante do que constitui as "fôrças do mau", que por enquanto ainda assolam a Terra, na atual conjuntura do planeta, irrompe inspirando e agindo, nos múltiplos departamentos humanos, objetivando desagregar e infelicitar as criaturas, no que se compraz.
Espírito estigmatizado pela agonia íntima que sofre, envenenado pelo ódio em que se consome ou revoltado pelo tempo perdido, na vida passada, sintoniza com as imperfeições morais e espirituais do homem, mantendo comércio pernicioso de longo curso.
Está, também, às vezes, encarnado no círculo das afeições. Aqui é o esposo rebelde, a genitora alucinada, a nubente corroída por ciúme injustificável, o filho ingrato, o irmão venal, a filha viciada e ultrajante, a irmã desassisada; ali é o vizinho irritante, o colega pusilânime, o chefe mesquinho, o amigo negligente, o servidor cansativo, o companheiro hipócrita exigindo atitude de sumo equilíbrio, em convite contínuo à serenidade e à perseverança nos bons propósitos.
Transmite a impressão de que não há lugar para o amor nem o bem, como se a vida planetária fosse uma arbitrária punição e não sublime concessão do Amor Divino, a benefício da nossa redenção.
*
Como quer que apareça o espírito das trevas, no teu caminho, enfrenta-o simples de coração e limpo de consciência. Não debatas nem te irrites com êle. Ante os doentes, o medicamento primeiro e mais eficaz é a compaixão que - se lhes dá, não levando em conta o que dizem ou fazem por considerar que estão fora da razão e do discernimento, pela ausência da saúde.
Arma-te a todo instante com a prece e põe o capacete da piedade, conduzindo a luz da misericórdia para clarificar o caminho e vencerás em qualquer luta, permanecendo livre face a qualquer das suas ciladas.
E quando, enfraquecido na luta, o espírito da treva estiver a vencer-te após exasperar-te danosamente, quase colimando por empurrar-te ao fosso da insensatez, lembra-te de Jesus e dize:
- Afasta-te de mim, espírito do mal -, e avança sem parar na direção do dever sem olhar para trás.
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"Depois vai e leva consigo mais sete espíritos piores do que ele, ali entram e habitam". Mateus: capítulo 12º, versículo 45
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"O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 10º - Item 6.

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 37. Salvador, BA: LEAL.