quinta-feira, 17 de abril de 2008

NA CONSTRUÇÃO DA FÉ

A grande jornada começa de um passo.

Os grandes espetáculos de habilidade intelectual ou da resistência física alcançam iniciação justa na alfabetização e na ginástica.

A natureza jamais altera os princípios de seqüência em que confere plena execução às Leis do Senhor.

Assim também, no campo espiritual da vida é imprescindível recordar que nunca removeremos as montanhas da dificuldade fora de nós, sem superarmos as pedras que nos afligem por dentro.

Lembremo-nos de que o edifício mais complexo é formado de insignificâncias numerosas e saibamos erguer, tijolo a tijolo, as paredes do nosso santuário de confiança indestrutível.

Para isso, é preciso fixar as próprias forças no trabalho de nossa auto-educação, dia a dia, convertendo os pequeninos obstáculos de nossa vida interior em recursos de nosso aperfeiçoamento.

Nem sempre somos chamados às demonstrações públicas de cultura e sublimação, mas todos encontramos, no curso das horas incessantes, ocasiões de treinamento para a construção do templo da fé viva em nossa alma.

Tropeços escuros ameaçam-nos a ascensão do espírito.

Aqui, é a palavra contundente que nos fere ou magoa, ali é a ingratidão que nos visita na forma de impermeabilidade ou indiferença...

Agora, é a maledicência que nos tenta a leviandade, mais tarde, é a sugestão das trevas inclinando-nos à perturbação e ao crime...

Hoje, é o parente que se transforma em verdugo de nosso coração, amanhã, é o amigo que deserta de nossas melhores esperanças.

Aqui, é um diretor áspero e cruel, mais além, é um subordinado que nos induz à amargura e ao desespero...

Agora, é o desequilíbrio daqueles que mais amamos, depois, será a enfermidade, martelando-nos a resistência moral...

Indispensável amar, crer, esperar e tolerar sempre...

Guardemos serenidade e avancemos para adiante.

O mundo é casa de Deus, a humanidade é a nossa Família e o burilamento de nossa própria personalidade ainda é o trabalho essencial a fazer...

Edifiquemos a compreensão e a bondade dentro de nós, servindo, ajudando, elevando, esquecendo todo mal e, criando a simpatia e a cooperação ao redor de nossos passos, seremos surpreendidos pela claridade da fé que à maneira de bênção do Céu, virá esclarecer-nos o coração, iluminando-nos a vida.

Emmanuel

(De “Mãos marcadas”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos)

domingo, 6 de abril de 2008

MOCIDADE






André Luiz



Prática do bem não estipula idade determinada.

É mais valiosa a mocidade quanto menos vivida na indisciplina.

Quem se aplica a servir, desde os anos da juventude, muito antes da velhice é servido pela vitória na madureza.

Se a juventude é início da ação, a maturidade é reação do tempo, revelando os resultados de nossa escolha.

Só aproveita a juventude na Terra quem lhe desfruta as bênçãos procurando sazonar as próprias experiências.

As zonas purgatórias da Espiritualidade, se recebem diariamente inúmeros anciães, acolhem também vastas fileiras de novos habitantes que deixam o corpo humano em plena floração das energias corpóreas.

O período da juventude terrestre é o mais propício às modificações da dívida cármica.

Entretanto, lamentavelmente, há grande número de vidas humanas que se transviam da meta preestabelecida, no alvorecer da mocidade.

Jamais desprezes as horas do dia, mesmo na seara verde dos próprios sonhos.

Quem confunde espírito juvenil com irresponsabilidade, cava o abismo da própria falência.

Sem prestigiar a tristeza ou o pessimismo, associa alegria e serenidade, entusiasmo e prudência.

A base correta é a firmeza da construção.

Jovem amigo, a expressão física da idade não exonera dos compromissos diante da vida eterna; começa agora o serviço do Cristo e te sentirás, mais cedo, na posse da Verdadeira Sublimação.

ANDRÉ LUIZ

(Do livro "Sol na Alma", 19, F.C.X., CEC)

terça-feira, 1 de abril de 2008

AINDA A FRATERNIDADE

O impositivo da fraternidade entre os homens a cada
dia mais se faz relevante. Instrumento de paz, a
fraternidade é, de início, o amor em plena instalação.

Para cultivá-la, no entanto, não há como, senão,
abdicar ao egoísmo e aos seus múltiplos sequazes,
que instalam, incessantemente, balizas de incompreensão
e rebeldia, em todos os lugares em que nos encontramos.

Fala-se, discute-se, programa-se, encena-se muito, a
convivência fraterna mas se produzem poucos esforços
para concretizá-la.

Ninguém cede nos "pontos de vistas", nas discussões,
mesmo quando o objetivo comum seja elevado e de
resultados benéficos para todos.

Muitas vezes o pensamento é unânime e como a forma de
apresentá-lo diverge, não se permitem os expositores
o exame dos conceitos, com a necessária serenidade e
logo, grassam as dissensões. Os olhos se injetam, a
voz se altera, a fisionomia se turba, a respiração
descompassa e a ira comanda os resultados, gerando
ondas de animosidade inconseqüente, nefanda...

Colocados lado a lado com os seres humanos, nossos
irmãos, em jornada evolutiva, eduquemo-nos para viver
pacificamente, suportando-nos, uns aos outros, de modo
a conseguirmos tolerância recíproca e fraternidade
legítima.

Para o tentame, coarctemos a palavra azeda, o verbete
ofensivo, a expressão deprimente, evitando o comentário
ácido e maledicente que logo produz uma colheita de
ofensas e reprimendas.

Madame Rolland, a célebre jacobina de França, ante as
arbitrariedades e atentados praticados pelos idealista
e promotores da Revolução, proferiu com imensa amargura:
"Fraternidade, fraternidade, quantos crimes se cometem
em teu nome!"

Jesus, o Sublime Governador da Terra, para ensinar
fraternidade conviveu com as mais díspares pessoas
tolerando-as, ajudando-as, amando-as. E mesmo entre os
seus "chamados", quando grassavam rixas e discórdias,
mantinha-se sereno e gentil, para assegurar que, o
verdadeiro amor se fixa, na razão direta em que a
fraternidade se faz ternura e, de modo a que, o socorro
esteja sempre presente, atendendo às necessidades gerais.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Sol de Esperança]
[Editora LEAL]